http://www.minhavida.com.br/saude/materias/10631-vinagre-pode-ajudar-a-reduzir-taxa-de-acucar-no-sangue-diz-estudo
http://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/3140-cientistas-apostam-nos-brocolis-contra-as-disfuncoes-causadas-pelo-diabetes
http://www.minhavida.com.br/alimentacao/galerias/13465-frutas-mais-indicadas-para-quem-tem-diabetes
http://www.minhavida.com.br/alimentacao/galerias/13411-dieta-do-diabetes-nove-cuidados-essenciais-com-a-alimentacao
Novos estudos com plantas medicinais para o tratamento do Diabetes Mellitus e suas complicações

A hiperglicemia ou excesso de glicose na corrente sanguínea caracteriza a alteração fisiológica ocorrida na pessoa diabética e tratando-se de uma condição repetitiva e crônica, favorecerá em particular, a lesão parede vascular. As complicações decorrentes desta disfunção geralmente se manifestam após cinco anos do diagnóstico da doença e acometem inicialmente os pequenos vasos sanguíneos (complicações microvasculares), localizados na retina e nos rins, desencadeando a retinopatia e nefropatia diabética, respectivamente. Com o passar dos anos e com a persistência da hiperglicemia (falta de controle da glicemia), esta lesão progride afetando vasos de maior calibre (complicações macrovasculares), colaborando para o surgimento das doenças cardiovasculares.
Inúmeras drogas apresentam potencial terapêutico e profilático frente as estas condição clínica e atualmente, inúmeras pesquisas destacam o potencial terapêutico de espécies vegetais que tornam-se novas perspectivas de tratamento para o diabetes. Dentre as plantas mais estudas e citadas pela literatura, destaca-se:

 
Melão-de-São-Caetano 
(Momordica charantia L.)       



Jambolão
(Eugenia Jambolana Linn)

Estudos realizados com a Momordica charantia L. e a Eugenia Jambolana L. protegeram os glomérulos dos efeitos prejudiciais do diabetes e impediram o aumento do volume da urina, a excreção de albumina na urina e a hipertrofia renal, como também causaram redução na taxa de glicose no plasma. O extrato de Mormodica charantia continuou a exercer um efeito hipoglicêmico, mesmo quando a maior parte das células β foram destruídas, indicando um efeito insulinomimético direto (Grover et al., 2001). A hiperglicemia e hiperinsulinemia foram atenuadas pela administração oral dos extratos aquosos de Mormodica charantia e Eugenia Jambolana (Vikrant et al., 2001).O extrato destas plantas também tem demonstrado ação profilática no desenvolvimento de catarata (Rathi et al., 2002).





Mucuna pruriens L

A Momordica charantia L. e a Mucuna pruriens L exerceram efeito hipoglicemiante provavelmente através do aumento da atividade da fosfofrutoquinase, a principal enzima envolvida na etapa glicolítica (Rathi et al., 2002).
A atividade hipoglicemiante da Murraya koeingii L. Spreng (Rutaceae) é a liberação de insulina, uma vez que o extrato desta planta não é muito efetivo no tratamento de casos graves de diabetes com níveis altos de glicose (Yadav et al., 2002). Trata-se de uma árvore de 6 metros de altura, folhas compostas, ativa da índia, onde é popularmente conhecida como árvore-do-caril e/ou curry.


 Árvore-de-caril
(Murraya koeingii L.)

Dieta utilizando Brassica juncea L. (Brassicaceae) ou mostarda- castanha como tempero mostrou efeito anti-hipoglicemiante significativo em ratos que tiveram o diabetes induzido por aloxano, mas não apresentou efeito sobre os ratos que tiveram diabetes induzida por estreptozotocina, falhando também em modular o glicogênio hepático e a atividade das enzimas que são as enzimas-chave no metabolismo de carboidratos (glicoquinase, hexoquinase e fosfofrutoquinase) (Grover et al., 2002a). Extrato de Brassica juncea impediu significativamente o aumento nos níveis de creatina, retardando o desenvolvimento da nefropatia diabética (Grover et al., 2003).




Mostarda-castanha
(Brassica juncea L.)

Para consultar outras espécies vegetais em estudo clique no link:  http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v41n2/28034.pdf
Referências

GROVER, J. K.; VATS, V.; RATHI, S.S.; DAWAR, R. Traditional Indian anti-diabetic plants Attenuate progression of renal damage in streptozotocin induced
diabetic mice. J. Ethnopharmacol., v. 76, p. 233-236, 2001.

GROVER, J. K.; YADAV, S.; VATS, V. Effect of feeding Murraya koeingii and Brassica juncea diet kidney functions and glucose levels in streptozotocin diabetic
mice. J. Ethnopharmacol., v. 85, p. 1-5, 2003.

RATHI, S. S.; GROVER, J. K.; VATS, V. The effect of Momordica charantia and Mucuna pruriens in experimental diabetes and their effect on key metabolic
enzymes involved in carbohydrate metabolism. Phytother. Res., v. 16, p. 236-243, 2002a.

RATHI, S. S.; GROVER, J. K.; VATS, V.; BISWAS, N. R. Prevention of  experimental diabetic cataract by Indian Ayurvedic plant extracts. Phytother. Res., v. 16, p. 774- 777, 2002b.

VIKRANT, V.; GROVER, J. K.; TANDON, N.; RATHI, S. S.; GUPTA, N. treatment with extracts of Momordica charantia and Eugenia jambolana prevents
hyperglycemia and hyperinsulinemia in fructose fed rats. J. Ethnopharmacol, v. 76, p. 139-143, 2001.

YADAV, S.; VATS, V.; DHUNNOO, Y.; GROVER, J. K. Hypoglycemic and antihyperglycemic activity of Murraya koenigii leaves in diabetic rats. J.
Ethnopharmocol., v. 82, p. 111-116, 2002.

Semanalmente teremos uma nova publicação elaborada pelos alunos do curso de Farmácia da Universidade Sagrado Coração - USC, com o objetivo de orientar e esclarecer dúvidas enviadas para o nosso blog. Aproveite e encaminhe sua dívida ou curiosidade sobre alguma produto vegetal de interesse e aguarde nossa orientação.






Controle de qualidade da matéria prima vegetal



Você tem certeza que está consumindo a planta correta?
 Atualmente existe um amplo questionamento sobre a autenticidade e qualidade das plantas medicinais dispensadas em farmácias, feiras e supermercados. Nós farmacêuticos sabemos da dificuldade em escolher produtos com boa qualidade e bom preço, entretanto, temos que usar todas as ferramentas disponíveis para alcançar este objetivo.
Neste texto iremos abordar um erro comumente ocorrido na aquisição e dispensação de plantas medicinais que está relacionado à sua identificação botânica. Inúmeras espécies são comercializadas de forma equivocada o que compromete sua eficiência e pode potencializar o surgimento de efeitos secundários, muitas vezes nocivos. Um exemplo frequente refere-se aos boldos.
A maioria da população acredita que possui no quintal o boldo-do-chile, no entanto o verdadeiro é raríssimo no Brasil. No país ocorrem algumas plantas que são chamadas de boldos e os principais são: o boldo-da-terra (boldo de folha peluda) e o boldo-baiano. A denominação boldo no início do século só era referência ao boldo-do-chile e na Primeira Farmacopéia Brasileira de 1929, há somente citação deste com nome científico que atualmente não é mais utilizado, exceto em algumas farmácias. A identificação correta dos boldos é importante porque o boldo-do-chile e o boldo-da-terra possuem efeitos colaterais. 
Apesar de praticamente não encontrar boldo-do-chile plantado no Brasil, é fácil de encontrá-lo em supermercado e farmácias, evidenciando que o Brasil importa grande quantidade desta planta. De qualquer maneira todos os boldos são usados pela população para problemas hepáticos.no entanto, o farmacêutico e demais profissionais relacionados a indicação e dispensação de plantas e fitoterápicos devem estar atento aos efeitos colaterais que são distintos prestando sempre a orientação necessária.

Efeitos colaterais:

ü Boldo-do-chile (Peumus boldo): pode ser abortivo e provocar hemorragias internas. Deve ser evitado durante o período menstrual (potencializa sangramento) e é contra-indicado para gestantes, principalmente no primeiro trimestre de gestação.


ü Boldo da terra (Coleus barbatus): quando usado por longos períodos, pode causar irritação gástrica.Este fato serve de alerta as pessoas que utilizam este tipo de boldo para o tratamento de males do estômago.


Peumus boldo 
(Boldo-do-chile)

Coleus barbatus          
(Boldo-da-terra)


:Vernonia condensata
(Boldo-baiano)

Texto: Profª Márcia Clélia Leite Marcellino

Clique 2x sobre a imagem para ampliar.